Neste mês de março precisamos trazer a reflexão sobre o Dia das Mulheres e sobre o que essa data representa. Para que a luta que esse dia simboliza seja verdadeiramente compreendida e traga mudanças!
Como essa data surgiu e por que é tão importante?
Dentre todas as mulheres que participaram dos primeiros movimentos em prol de direitos, um nome se destacou: Clara Zetkin. E você sabe quem foi ela e por que seu nome é tão importante?
Clara Josephine Zetkin, nasceu em Wiederau (Alemanha), no dia 5 de julho de 1857. Foi professora, jornalista, política marxista alemã e uma figura histórica do feminismo. Seu nome é relevante historicamente, pois partiu dela a sugestão de tornar a data da marcha de Nova York – onde reuniram-se cerca de 15 mil mulheres para exigir direitos – como um marco mundialmente importante. A proposta foi apresentada logo em seguida à marcha, em 1910, durante a Conferência Internacional de Mulheres Socialistas em Copenhague. Estavam presentes 100 mulheres de 17 países e elas concordaram, por unanimidade, com a sugestão. Um ano depois, o Partido Socialista da América declarou o primeiro Dia Nacional das Mulheres!
A data de 8 de março foi oficializada como Dia Internacional das Mulheres, pela ONU em 1975, mas sua história vem de muito antes disso.
A necessidade de ter um dia para celebrar o Dia das Mulheres surgiu entre o final do século XIX e o início do século XX nos Estados Unidos e na Europa. Neste período, aconteceram os primeiros movimentos de mulheres – sufragistas como ficaram conhecidas – por melhores condições de vida e trabalho, e principalmente, pelo direito de voto.
Em 26 de fevereiro de 1909 ocorreu, em Nova York, uma grande marcha com aproximadamente 15 mil mulheres reivindicando, pelas ruas da cidade, a diminuição das jornadas de trabalho, salários mais justos e o direito ao voto. Na mesma época, a revolução industrial acontecia na Europa. Em 1917, houve outro grande protesto, desta vez, na Rússia e que, de fato, marcou o que viria a ser o “8M”. Naquele dia, um grupo de operárias saiu às ruas para manifestar contra a fome e contra a Primeira Guerra Mundial, e esse movimento resultou na Revolução Russa. O protesto aconteceu em 23 de fevereiro pelo antigo calendário juliano que refere-se a 8 de março no calendário gregoriano, que os soviéticos adotaram em 1918.
A data só foi oficializada após uma greve que aconteceu durante a guerra, em 1917, quando as mulheres russas exigiram “pão e paz” — e quatro dias depois da greve, o Czar (Imperador) à época, foi forçado a abdicar do trono, e o governo provisório concedeu às mulheres o direito ao voto.
A importância desta data:
Muitas pessoas veem o Dia Internacional da Mulher como uma data comemorativa, porém ela representa muito mais do que isso. O “8M” é um dia de muita luta e também um dia de celebrar todas as vitórias alcançadas. E, além disso, também é uma data para enaltecer e valorizar todas as vidas que foram entregues em nome desta luta por igualdade e que hoje nos dão tantos direitos e acessos.
As lutas atuais:
Segundo o IBGE, 51,1% da população brasileira é feminina. Ainda que seja a maioria, está longe de ter os mesmos direitos que os homens. Desde o início dos movimentos feministas, muito já foi conquistado – como o direito ao voto, por exemplo – porém, ainda falta muito para que a igualdade seja alcançada. Faltam às mulheres, dentre muitas outras, mais oportunidades de emprego; salários compatíveis aos homens com o mesmo cargo; maior representatividade na política.
Por isso, em datas como 8 de março, é necessário enaltecer a luta de muitas, até aqui, e seguir rumo à equidade de gênero em nosso país!
A cada ano, no Dia Internacional da Mulher, é necessário sairmos às ruas para relembrarmos que a luta não acabou e que cada uma de nós tem um papel crucial nessa batalha!
Trabalho da Arquitetura na Periferia
No Brasil, 3,5 milhões de mulheres não possuem estrutura básica de moradia, segundo a Fundação João Pinheiro. Apesar de gastarem o dobro de tempo na manutenção de seus lares e se desdobrarem em jornadas triplas – que compreende trabalhar fora, cuidar da casa e dos filhos – elas muitas vezes, não têm poder de decisão na hora de reformar ou coordenar uma obra em sua própria casa. O trabalho de assessoria técnica para melhorias habitacionais realizado pela Arquitetura na Periferia, atua diretamente na reversão deste quadro, capacitando e fortalecendo mulheres para a autogestão de suas obras. Elas recebem conhecimento e suporte técnico para que, com as próprias mãos e as novas habilidades adquiridas, possam mudar suas vidas e de suas famílias.
O resgate da autonomia conquistada através do conhecimento resulta no aumento da confiança e autoestima. Por esse e outros motivos, temos o protagonismo feminino e a igualdade de gênero como nossos pilares.
Para que continuemos obtendo mudanças, todas, todos e todes devemos lembrar que equidade de gênero não é pauta só do dia 8 de Março. Sigamos!