As mudanças climáticas deixaram de ser uma previsão futura: já são uma realidade que se manifesta com força nas cidades brasileiras e, como em tantas outras questões, seus efeitos não são sentidos por todos da mesma forma. Mulheres moradoras das periferias urbanas estão entre os grupos mais vulneráveis aos desastres e desequilíbrios ambientais. Mas, por que isso acontece?
Quando o clima castiga, a desigualdade grita
A crise climática intensifica eventos como enchentes, deslizamentos, ondas de calor, estiagens e contaminação da água. Nas periferias, onde muitas vezes faltam infraestrutura básica, drenagem urbana, acesso a saneamento e serviços de emergência, o impacto desses eventos é devastador.
As mulheres que vivem nesses territórios enfrentam uma combinação de fatores que as colocam em maior risco:
- Sobrecarregadas com tarefas de cuidado (com filhos, idosos, doentes), têm menos mobilidade e autonomia em situações de emergência;
- Muitas são chefes de família, com renda baixa e pouca rede de apoio;
- Vivem em moradias precárias, frequentemente em áreas de risco ambiental.
A vida nas periferias: vulnerabilidade ampliada
No dia a dia, essas mulheres precisam lidar com:
- Falta de acesso à água potável durante períodos de seca ou após enchentes;
- Doenças respiratórias e de pele, agravadas por mofo, umidade ou calor extremo;
- Dificuldade de acesso a transporte público, educação e saúde quando há desastres;
- Perda de bens e documentos, sem garantia de seguro ou apoio do Estado.
Resistência e construção de soluções
Apesar de tudo, são essas mesmas mulheres que, muitas vezes, lideram iniciativas comunitárias de enfrentamento às crises organizando mutirões, promovendo hortas urbanas, criando redes de apoio e cobrando políticas públicas.
Justiça climática é justiça social
Falar de crise climática é também falar de racismo ambiental, desigualdade de gênero e direito à cidade. Para enfrentar esse cenário, é urgente que as políticas públicas considerem as especificidades de gênero e território, garantindo que as mulheres periféricas tenham voz, acesso e participação nas decisões sobre o futuro do planeta.
A Arquitetura na Periferia
Nosso trabalho visa fortalecer a autonomia das mulheres na construção e reforma de suas casas, para poderem criar soluções mais seguras e sustentáveis para elas, suas famílias e comunidades.
Com o projeto AnP-Bio, por meio da bio-construção, capacitamos mulheres para transformarem suas casas e comunidades com materiais naturais ou de baixo custo. Esse movimento reintegra pessoas à natureza e contribui para a melhora do meio-ambiente e da sociedade.
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