NO BRASIL, 25 DE JULHO REPRESENTA, TAMBÉM, O DIA NACIONAL DE TEREZA DE BENGUELA E DA MULHER NEGRA.
As mulheres negras, somam 28% da população brasileira. Mesmo representando quase um terço da população, a maioria enfrenta uma realidade de vida dura e desafiadora. Além de serem consideradas como o grupo mais vulnerável quando se trata da luta pela cidadania em um país marcado pela desigualdade, racismo, machismo e sexismo.
A HISTÓRIA DESTA DATA
A realidade de vida das mulheres negras, latinas e caribenhas são bastante parecidas no contexto geral da sociedade. E foi a partir dessas semelhanças, que em 1992, a Organização das Nações Unidas (ONU) realizou em Santo Domingo, na República Dominicana, o 1º Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas.
Esta conferência reuniu mulheres negras de diferentes países para discutir as questões e estratégias da luta em um nível intercultural. E foi durante esse encontro que o Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e caribenha foi estabelecido e reconhecido pela ONU.
Já, no Brasil, nesta data, se comemora o Dia de Tereza de Benguela e o Dia Nacional da Mulher Negra. Instituída em 2014, pela Presidenta Dilma Rousseff, esta data, além de relembrar a memória da Rainha Tereza, também serve como inspiração e incentivo para o desenvolvimento de políticas públicas que protejam e garantam os direitos das mulheres negras.
MAS QUEM FOI TEREZA DE BENGUELA?
Ainda é desconhecida a região onde Tereza de Benguela nasceu, o que se sabe é que ela viveu no Quilombo do Piolho, que ficava localizado às margens do rio Guaporé, na cidade de Vila Bela da Santíssima Trindade, atual estado de Mato Grosso.
“Rainha Teresa”, conforme é conhecida hoje, foi chefe do Quilombo do Quariterê, onde, após a morte de seu marido José Piolho, liderou a comunidade libertadora de negros e indígenas. E por 20 anos, ela lutou pela vida de cerca de 100 pessoas que ali viviam.
O motivo de sua morte é incerta. Em 1770, houve relatos afirmando que Tereza havia sido presa e assassinada por colonos bandeirantes, e outros que diziam que ela cometera suicídio após a prisão.
AS LUTAS DAS MULHERES NEGRAS NO BRASIL
Após tantos anos de luta por direitos, as mulheres negras ainda são as que recebem menores salários. Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), as mulheres negras enfrentam as piores condições no mercado de trabalho, sendo o grupo social com a maior taxa de desemprego no país, mais que o dobro da taxa dos homens brancos.
De acordo com levantamento feito, a partir de dados do IBGE, a taxa de desemprego entre as mulheres negras no segundo trimestre de 2022 ficou em 13,9%. A taxa de desemprego entre as mulheres brancas no mesmo período foi de 8,9%; dos homens negros, 8,7%; e do homens brancos, 6,1%.
A taxa de informalidade entre as mulheres negras também é mais alta que a da maioria dos grupos sociais, com exceção dos homens negros. No 1º trimestre de 2022, 43,3% das mulheres negras ocupadas estavam em trabalhos informais, acima da média nacional de 40,1%, dos homens brancos/amarelos (34,8%), das mulheres brancas e amarelas (32,7%), e abaixo dos homens negros (46,6%).
Mesmo recebendo os menores salários, as mulheres negras são maioria também no número de mães-solo no Brasil, que cresceu 17,8% em 10 anos, passando de 9,6 milhões para 11,3 milhões. Além de tudo isso, as mulheres negras também desempenham um papel significativo entre chefes de família, representando 62% das 11 milhões de famílias de chefia feminina com filhos e sem cônjuge no país, aproximadamente 6,8 milhões de domicílios.
Dia 25 de julho é considerado um dia de luta para as mulheres negras em todo o mundo. Porém, com base nos números acima levantados, podemos observar que serão necessários muitos anos de luta para que as mulheres negras consigam o mínimo de igualdade e possam ter os direitos adquiridos e respeitados.
Datas como essa reforçam a importância de nos conscientizarmos das lutas das mulheres negras – e de todas outras – que fazem parte dessa sociedade ainda muito excludente e lutarmos em coletivo para transformar esta realidade!
A ATUAÇÃO DO IAMÍ
Um dos objetivos institucionais do IAMÍ (Instituto de Assessoria a Mulheres e Inovação) é o combate às injustiças por meio do fortalecimento da autonomia das mulheres.
Os dados internos do instituto mostram que 68% das participantes que passaram pelo projeto, no último ano, são pardas e 32% são negras. Deste total, 47% cursaram até o ensino médio e 79% recebem entre 1 e 2 salários mínimos. Esses números só reforçam nosso compromisso em acolher e fortalecer mulheres.
As ações de melhorias habitacionais garantidas pelo projeto visam uma maior qualidade de vida para as mulheres e suas famílias e as capacitações proporcionam ganhos de autonomia e uma possibilidade para geração de renda.
VOCÊ PODE CONTRIBUIR COM A ARQUITETURA NA PERIFERIA SENDO APOIADOR(A) MENSAL
O Projeto Arquitetura na Periferia, é uma iniciativa sem fins lucrativos que promove suas ações de impacto junto às mulheres, atuando no fortalecimento da autonomia e na transformação de casas e vidas!
Para que mais mulheres e famílias sejam impactadas e o projeto continue avançando, precisamos do seu apoio!
Conheça mais sobre o projeto em www.arquiteturanaperiferia.org.br e faça sua doação!
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